‘Comam menos carne’, diz principal cientista da ONU

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As pessoas deveriam considerar comer menos carne como uma forma de combater o aquecimento global, segundo o principal cientista climático da Organização das Nações Unidas (ONU).

Rajendra Pachauri, que preside o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), fará a sugestão em um discurso em Londres na noite desta segunda-feira.
Números da ONU sugerem que a produção de carne lança mais gases do efeito estufa na atmosfera do que o setor do transporte.
Mas um porta-voz da União Nacional dos Fazendeiros da Grã-Bretanha disse que as emissões de metano de fazendas estão caindo.
Pachauri acaba de ser apontado para um segundo termo de seis anos como presidente do IPCC, o órgão que reúne e avalia os dados sobre clima dos governos mundiais, e que já conquistou um prêmio Nobel.
“A Organização da ONU para Agricultura e Alimentos (FAO) estima que as emissões diretas da produção de carne correspondem a 18% do total mundial de emissões de gases do efeito estufa”, disse à BBC.
“Então eu quero destacar o fato de que entre as opções para reduzir as mudanças climáticas, mudar a dieta é algo que deveria ser considerado.” Clima de persuasão O número da FAO de 18% inclui gases do efeito estufa liberados em todas as etapas do ciclo de produção da carne – abertura de pastos em florestas, fabricação e transporte de fertilizantes, queima de combustíveis fósseis em veículos de fazendas e as emissões físicas de gado e rebanho.
As contribuições dos principais gases do efeito estufa – dióxido de carbono, metano e óxido nítrico – são praticamente equivalentes, segundo a FAO.
O transporte, em contraste, responde por apenas 13% da pegada de gases da humanidade, segundo o IPCC.
Pechauri irá falar em um encontro organizado pela organização Compassion in World Farming, CIWF (Compaixão nas Fazendas Mundiais, em tradução-livre), cuja principal razão para sugerir que as pessoas reduzam seu consumo de carne é para reduzir o número de animais em indústrias pecuárias.
“O ângulo das mudanças climáticas pode ser bastante persuasivo”, disse.
Pesquisas mostram que as pessoas estão ansiosas sobre suas pegadas de carbono e reduzindo as jornadas de carro, por exemplo; mas elas talvez não percebam que mudar o que está em seu prato pode ter um efeito ainda maior.” Benefícios Há várias possibilidades de redução dos gases de efeito estufa associados aos animais em fazendas.
Elas vão de ângulos científicos, como as variedades de gado geneticamente criadas para produzir menos metano em flatulências, até reduzir a quantidade de transporte envolvido, comendo animais criados localmente.
“Nós apoiamos fortemente as pesquisas com o objetivo de reduzir as emissões de metano dos animais de fazendas, por exemplo, mudando suas dietas e usando a digestão anaeróbica.” As emissões de metano de fazendas britânicas caíram 13% desde 1990.
Mas a maior fonte mundial de dióxido de carbono vindo da produção de carne é o desmatamento, principalmente de florestas tropicais, que deve continuar enquanto a demanda por carne crescer.
“Isso é algo que deveria provavelmente acontecer em nível global como parte de um tratado negociado para mudanças climáticas, e seria feito de forma justa, para que as pessoas que têm pouca carne no momento, como na África sub-saariana, possam comer mais, e nós no oeste comeríamos menos.” Pachauri, no entanto, vê a questão mais como uma escolha pessoal.
“Mas, se formos sinceros, menos carne também é bom para a saúde, e ao mesmo tempo reduziria as emissões de gases do efeito estufa.”

Fonte:Guiavegano

Uma resposta »

  1. Bom dia Renata!!!

    Primeiro agradecer pela sua visita em meu blog. Seu comentário foi de muito valor. Valeu!!!

    Agora sobre não comer carne: O que fazer para não comer carne, sendo que moro com uma família 100% carnivora? Pois é… Peixes e frangos não são prioridades.

    Gostei dos assuntos do seu blog. Bem diversos e cheios de informaçções valiosas.

    Beijos… voltarei!

  2. Respeito muito o Pachauri, afinal, não se ganha um Nobel á toa. Mas botar a culpa do aquecimento global na produção de carne é tapar o sol com a peneira.

    Como bem foi pontuado na matéria, na verdade, as emissões relacionadas à pecuária são, em sua maioria, devido à queima de pastagens e ao desmatamento. Deve-se, portanto, mudar o processo de criação de gado, não inibir seu consumo.

    E, antes disso, a produção industrial é que mais prejudica o meio ambiente, com sua total falta de consideração pelos recursos naturais.

    Ah, e carne faz muito bem para saúde. É fonte de proteínas e gordura para o nosso corpo.

    Mt bacana seu site…

    ps: vc é estudante de jornalismo?

  3. Oi Xará!

    Já ouvi algumas vezes de vegetarianos ortodoxos que o aquecimento global é causado pelos gases dos “pums” das vacas. Concordo que deve ajudar, mas não considero a única causa. Eu mesma já fui vege por uns 5 anos, não ortodoxa, não consegui largar o peixo e frutos do mar…rs..

    ben, continue visitando meu moleskine!
    Abs!

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