A infertilidade afeta cerca de 20% dos casais em idade reprodutiva. Nas últimas décadas tem sido notada uma diminuição nas taxas de fertilidade em função do aumento da idade das mulheres, fator atribuído principalmente à educação e à participação da mulher no mercado de trabalho. Assim, o desejo de gestação surge por volta dos 35 anos, idade que coincide com a diminuição da fertilidade feminina.
Portanto, devemos considerar o tempo como um aliado, uma vez que a idade da mulher é o principal fator que determina a gravidez, tanto espontânea quanto artificial. E, para não perder tempo, anote 10 dicas importantes para engravidar:
1- Não deixe para depois…
Se a mulher tem o desejo de ser mãe, não deve deixar para pensar nisso somente após os 35 anos, pois além de sofrer redução progressiva em sua fertilidade, estará mais propensa a apresentar malformações fetais, principalmente as malformações cromossômicas, das quais a mais frequente é a síndrome de Down. E isso é inevitável, pois não conseguimos parar o relógio do tempo!
2- Fique atento ao período fértil feminino…
O período fértil é quando ocorre a ovulação, havendo possibilidade de gravidez. Algumas mulheres apresentam, neste período, um muco vaginal claro ou uma dor pélvica (“dor de ovulação”). Entretanto, isso ocorre apenas durante cerca de cinco dias, no meio do ciclo menstrual (daí a taxa de gravidez na espécie humana, mesmo em casais férteis, ser de apenas 20% ao mês). É recomendado, então, que o casal que deseja engravidar tenha, no mínimo, três relações sexuais por semana.
3- Procure o ginecologista caso não tenha sucesso…
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o casal deve ser considerado infértil quando tenta engravidar por um ano sem sucesso. Caso a mulher tenha mais de 35 anos, este tempo deve ser reduzido para seis meses. Porém, atenção: isso não indica que a mulher deve usar hormônios indutores da ovulação! Indica que o casal deve ser investigado quanto às possíveis causas de infertilidade para depois receber o tratamento indicado.
4- A infertilidade é sempre do casal!
Ninguém é culpado por não haver gravidez. Esse sentimento é muito comum nos casais com dificuldade de engravidar. Portanto, ambos devem ser submetidos a exames diagnósticos, como perfil hormonal feminino, ultrassonografia transvaginal seriada, histerossalpingografia, espermograma, sorologias virais, entre outros. A infertilidade ocorre em 40% dos casos por fatores femininos, em 40% por fatores masculinos e em 10% por causas mistas. Em 10% dos casos não é possível encontrar uma causa (é a chamada Infertilidade Sem Causa Aparente – ISCA). Essa investigação é fundamental para que seja indicado o tipo de tratamento adequado ao casal.
5- Não se desespere se precisar do tratamento de reprodução assistida…
Muitos casais referem uma frustração ao receberem o diagnóstico de infertilidade, mas pense no lado positivo: os tratamentos evoluem a cada dia, para tornar cada vez mais alcançável o sonho da maternidade. São vários os tipos de tratamento, que se resumem, em graus crescentes de complexidade, em: Coito Programado, Inseminação Intra-Uterina (IIU), Fertilização In Vitro (FIV) e FIV com Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI). Por se constituírem em tratamentos específicos, estes devem ser realizados por um especialista em infertilidade. Por serem técnicas avançadas, tais procedimentos devem ser realizados em uma clínica de reprodução com estrutura ampla e detalhada.
6- Casais com recursos financeiros limitados também podem realizar o tratamento…
O programa Acesso foi criado para permitir que casais com recursos financeiros limitados tenham “acesso” aos tratamentos de reprodução assistida, afinal, realizar o sonho de ter um filho não pode depender de classe econômica. Para tanto, o casal deve acessar o site e se cadastrar:
www.queroterumfilho.com.br
7- Existe esperança para mulheres com mais de 40 anos ou com baixa reserva ovariana…
Felizmente, o útero não envelhece como os ovários, o que permite a mulher receber óvulos doados de uma mulher com menos de 35 anos, e, após fertilização com o espermatozóide do seu marido, gerar o bebê até seu nascimento. Este processo, chamado Ovodoação, é permitido no Brasil, desde que a doadora seja anônima, também necessite se submeter ao tratamento e apresente características físicas e imunológicas compatíveis com a receptora.
8- Abaixo a ansiedade!
Muitos casais inférteis, especialmente aqueles submetidos à FIV, encontram-se sob forte estresse, o que pode reduzir a fertilidade, originando um ciclo vicioso que deve ser interrompido para que se obtenha gravidez.
9- A acupuntura pode ajudar…
Já está comprovado cientificamente que a acupuntura apresenta efeitos benéficos na infertilidade. Além de reduzir a ansiedade, ela tem ação sobre a ovulação, podendo melhorar a qualidade dos óvulos, e sobre a implantação do embrião, pelo aumento da vascularização do endométrio.
10- É possível engravidar aos 40 com óvulos próprios de 35 anos…
Para as mulheres que não têm previsão para engravidar, a possibilidade de congelar óvulos para uso futuro é hoje muito viável. Com a técnica de vitrificação, as características dos óvulos são preservadas em quase 100%, fazendo com que a taxa de gravidez se mantenha. Essa alternativa tende a ser cada vez mais utilizada pela mulher moderna.